quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Rembrandt

Rembrandt
Rembrandt

Auto-retrato de 1661
Nome completo Rembrandt Harmenszoon van Rijn
Nascimento 15 de julho de 1606
Leiden, Países Baixos
Morte 4 de outubro de 1669 (63 anos)
Amsterdã, Países Baixos
Nacionalidade neerlandês
Ocupação pintor
Auto-retrato: Desenhando na Janela, gravura em metal, 1640
Rembrandt Harmenszoon van Rijn (Leiden, 15 de julho de 1606Amsterdã, 4 de outubro de 1669) foi um pintor e gravador holandês.
É considerado um dos maiores nomes em toda a história da arte europeia e dos mais importantes da história neerlandesa.[1] Suas contribuições à arte surgiram em um período denominado pelos historiadores de "Século de Ouro dos Países Baixos", na qual a influência política, a ciência, o comércio e a cultura neerlandesa — particularmente a pintura — atingiram seu ápice.
Tendo alcançado sucesso na juventude como um pintor de retratos, seus últimos anos foram marcados por uma tragédia pessoal e dificuldades financeiras. No entanto, suas gravuras e pinturas foram populares em toda a sua vida e sua reputação como um artista manteve-se elevada,[2] e por vinte anos ele ensinou quase todos os importantes pintores neerlandeses.[3] Os maiores triunfos criativos de Rembrandt são exemplificados especialmente nos retratos de seus contemporâneos, auto-retratos e ilustrações de cenas da Bíblia. Seus auto-retratos formam uma biografia singular e intimista em que o artista pesquisou a si mesmo sem vaidade e com a máxima sinceridade.[1]
Tanto na pintura como na gravura, ele expõe um conhecimento completo da iconografia clássica, que ele moldou para se adequar às exigências da sua própria experiência; assim, a representação de uma cena bíblica era baseada no conhecimento de Rembrandt sobre o texto específico, na sua assimilação da composição clássica, e em suas observações da população judaica de Amsterdã.[4] Devido a sua empatia pela condição humana, ele tem sido chamado de "um dos grandes profetas da civilização".[5]

Índice

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[editar] Vida

Rembrandt Harmenszoon van Rijn nasceu em 15 de julho de 1606 (tradicionalmente) mas provavelmente em 1607 em Leiden, Países Baixos. Fontes conflitantes afirmam que sua família era formada por 7, 9, ou 10 filhos. Seu pai era moleiro, e sua mãe, filha de um padeiro. Quando criança ele teve aulas de latim e foi matriculado na Universidade de Leiden, embora desde cedo demonstrasse inclinação para a pintura. Pouco depois ele se tornou aprendiz do pintor histórico de Leiden, Jacob van Swanenburgh. Depois de um breve mas importante aprendizado com o famoso pintor Pieter Lastman em Amesterdão, Rembrandt abriu um estúdio em Leiden, dividindo-o com seu colega Jan Lievens. Em 1627, Rembrandt passou a aceitar alunos, entre eles Gerrit Dou.
Em 1629 Rembrandt foi descoberto pelo estadista e poeta Constantijn Huygens, pai de Christiaan Huygens (um famoso físico e matemático neerlandês), que conseguiu para Rembrandt importantes encomendas da corte de Hague. Como resultado desta conexão, o Príncipe Frederik Hendrik foi cliente de Rembrandt até 1646.
Em 1631, Rembrandt havia adquirido tal renome que recebia diversas encomendas de retratos em Amsterdan. Como conseqüência, ele se mudou para a casa de seu agente, Hendrick van Uylenburgh. Esta mudança eventualmente levaria, em 1634, ao casamento de Rembrandt com a prima de Hendricks, Saskia van Uylenburgh. Saskia vinha de uma família abastada (seu pai fora advogado e burgomestre de Leeuwarden). Quando Saskia, a filha caçula, se tornou órfã, passou a morar com sua irmã mais velha em Het Bildt. Saskia e Rembrandt se casaram na igreja local, sem a presença de seus parentes.
Em 1639, Rembrandt e Saskia mudaram-se para uma casa maior em Jodenbreestraat, um quarteirão judeu. Era nesta casa que Rembrandt frequentemente contratava seus vizinhos judeus como modelo para suas cenas do Velho Testamento. Embora vivessem confortavelmente, o casal sofreu vários reveses; seu filho Rumbartus morreu com dois meses de idade em 1635. Uma filha, Cornelia, morreu com três semanas em 1638. Apenas o terceiro filho, Titus, nascido em 1641, sobreviveu até a idade adulta. Saskia faleceu em 1642, pouco depois do nascimento de Titus, provavelmente vítima de tuberculose.
No final da década de 1640, Rembrandt passou a se envolver com Hendrickje Stoffels, inicialmente empregada de sua casa. Em 1654 eles tiveram uma filha, Cornelia, levando à excomunhão de Hendrickje da Igreja Protestante Holandesa por "viver em pecado". Rembrandt não foi intimado a comparecer ao julgamento, pois não era membro da igreja.
Rembrandt vivia além de suas posses, comprando várias obras de arte, gravuras e raridades, o que provavelmente levou à sua bancarrota em 1656. Posteriormente, ele foi forçado a vender a maioria de suas obras, além de sua casa e sua máquina de impressão, mudando-se para um local mais modesto em Rozengracht. Lá, Hendrickje e Titus abriram uma loja de arte para ganhar a vida.
Em 1661 Rembrandt foi contratado para completar uma série de pinturas para o recém-construído prédio da prefeitura, mas só pelo fato do artista que havia sido contratado originalmente falecer antes de concluir o trabalho.
O trabalho resultante, A Conspiração de Claudius Civilis, foi rejeitado e devolvido ao pintor; o fragmento sobrevivente é apenas uma fração de todo o trabalho.[6] Foi por volta dessa época que Rembrandt teve seu último aprendiz, Aert de Gelder. Em 1662 ele ainda estava executando importantes encomendas para retratos e outras obras.[7] Quando Cosimo III de Medici, Grão-Duque da Toscana esteve em Amesterdã em 1667, visitou Rembrandt em sua casa.[8]
Rembrandt sobreviveu a Hendrickje e Titus. Ele morreu pouco tempo depois de seu filho, em 4 de outubro de 1666 em Amesterdão, e foi sepultado em uma cova anônima em Westerkerk.

[editar] Períodos, temas e estilos

  • É durante o período de Rembrandt em Leiden (1625-1631) que a influência de Lastman pode ser mais sentida. Suas pinturas eram menores, mas ricas em detalhes (por exemplo, em trajes e jóias). Os temas eram em sua maioria religiosos e alegóricos.
  • Nos seus primeiros anos em Amesterdão (1632-1636), Rembrandt passou a pintar cenas bíblicas e mitológicas dramáticas, em alto contraste e formato ampliado. Ele também começou a aceitar encomendas de retratos.
  • No final da década de 1630, Rembrandt produziu várias pinturas e gravuras de paisagens.
  • A partir de 1640 seu trabalho se tornou menos exuberante e mais sóbrio em tom, reflectindo tragédias pessoais. As cenas bíblicas passaram a derivar-se mais do Novo Testamento do que do Velho Testamento. O tamanho das pinturas diminuiu novamente. A excepção foi a grandiosa Ronda Nocturna, seu trabalho mais amplo.
  • Na década de 1650, o estilo de Rembrandt mudou novamente. Suas obras aumentaram em largura. As cores se tornaram mais ricas, e o pincel mais destacado. Com essas mudanças, Rembrandt distanciou-se de seus primeiros trabalhos e da moda da época, com inclinação cada vez maior para trabalhos mais finos e detalhados. Com o passar dos anos, os temas bíblicos continuaram a surgir, mas com ênfase agora em figuras retratadas com mais intimidade, ao invés de cenas grupais.
  • Em seus últimos anos, Rembrandt pintou seus auto-retratos mais profundamente reflexivos.

[editar] Obras seleccionadas

Referências

  1. a b Gombrich, p. 420.
  2. Gombrich, p. 427.
  3. Clark, p. 203.
  4. Clark, pp. 203-4.
  5. Clark, p. 205.
  6. Clark 1974, pp. 60-61
  7. Bull, et al., page 29.
  8. Clark 1978, p. 34

[editar] Referências bibliográficas

  • Bull, Duncan, et al., Rembrandt-Caravaggio, Rijksmuseum, 2006.
  • Clark, Kenneth, Civilisation, Harper & Row, 1969.
  • Gombrich, E.H., The Story of Art, Phaidon, 1995. ISBN 0-7148-3355-x

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